terça-feira, 28 de setembro de 2010

Papel ecológico e artesanal tem aceitação no exterior


Fabricado em Goiânia, material 100% ecológico e artesanal encontra mercado promissor nos Estados Unidos e em vários países da Europa

Fascinada pelas artes, foi numa oficina de fabricação artesanal, no inicio dos anos 80, que Miriam Pires conheceu o papel ecológico. Tomou a iniciativa de investir no produto e criar sua própria fábrica de papéis, que funcionava informalmente nos fundos de sua casa. Desde então, realiza pesquisas para aprimorar o processo de produção do material, que, além de ser 100% manual, envolve somente matérias-primas naturais, como corantes e fibras vegetais.

No início, Miriam Pires trabalhava basicamente com fibras de bananeira, bagaço de cana e palha de milho para produzir os papéis. Percebeu que era necessário ampliar o negócio e registrar sua empresa, a Miriam Pires Papéis. Como boa empreendedora, realizou várias viagens de pesquisa – em uma delas foi até o Japão – com objetivo de conhecer fibras de outras espécies de plantas. Hoje, além das matérias-primas utilizadas desde o começo, são produzidos papéis com fibra de mamona, papiro, yuca, agave, abacaxi, eucalipto e guariroba.

Atualmente, a empresa é administrada por Maria Helena Pires, irmã de Miriam, que hoje mora na Espanha, visando ao seu aprimoramento contínuo, em um curso de pós-graduação. Hoje, o papel é utilizado para fabricação de convites de casamento, cadernos, agendas e até mesmo artigos de decoração como luminárias, porta-retratos e caixas para embalagens. “Nós criamos a primeira fábrica de papel artesanal de Goiânia e temos muito orgulho disso. Temos como clientes papelarias especializadas em produtos sofisticados, encadernadoras e gráficas, a maioria em São Paulo, mas nossos produtos também são conhecidos nos Estados Unidos e em vários países da Europa”, conta Maria Helena.

Processo de produção

De acordo com a administradora da empresa, por ser um papel artesanal e ecológico, a única etapa do processo de produção que envolve trabalho mecânico é a de separação das fibras para secagem. O restante da cadeia produtiva é todo feito manualmente por oito empregados. “Para garantir a qualidade utilizamos corantes importados, que desbotam menos que os extraídos de plantas da vegetação local”, informa Maria Helena.
A empresa oferece os papéis de bananeira com algodão em cerca de 36 cores diferentes e dez texturas, enquanto as demais fibras são utilizadas em cor natural, sem corantes. Em algumas ocasiões, a empresa chegou a vender quase 10 mil folhas por mês, mas, em geral, essa quantidade é de aproximadamente 5 mil folhas/mês. “Comercializamos as folhas em diversos tamanhos, alguns deles, exclusivos. O valor médio dos produtos mais comuns é de aproximadamente R$ 16”, conclui a administradora da Miriam Pires.
Agência Sebrae