segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Paraíba levará 10 anos para recuperar o rebanho destruído pela maior seca dos últimos 40 anos




Apesar da alta dos últimos anos, o rebanho paraibano deve apresentar forte redução ao final deste ano. A intensa seca que assola o interior do Estado vem comprometendo drasticamente a criação de gado dos pecuaristas paraibanos, que, segundo estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (FaepaPB), deve registrar uma queda em torno dos 30% neste ano. Com a baixa, o Estado deverá levar de oito a dez anos para voltar aos números de 2011.

Para o presidente da Faepa-PB, Mário Borba, o total de 1,354 milhão de cabeças de gado contabilizadas na Paraíba pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2011, pode chegar a apenas 950 mil neste ano. “Uma parte do rebanho foi vendida para outros estados, a outra parte foi para o abate e ainda tem o gado que está morrendo em virtude da seca. Não há dúvidas de que a redução será bastante considerável”, afirmou. Outros dois fatores que ainda afetam o setor é a perda de peso do rebanho, que traz desvalorização no mercado, e os custos para alimentação que dispararam, principalmente, para o pequeno pecuarista, que está mais descapitalizado.

Se a estimativa for concretizada, a Paraíba voltará ao ano de 2002, quando o efetivo bovino era de 951,698 mil cabeças. Essa pode ser a primeira grande queda do período, que teve apenas uma leve redução no rebanho em 2003 (950,865 mil cabeças).

O efetivo rebanho da Paraíba cresceu na década (2002 a 2011) 42,37%, enquanto o Nordeste registrou alta menor (23,8%), no mesmo período. Em 2002, o Nordeste tinha 23,892 milhões de cabeças e subiu para 29,585 milhões, em 2011.

Além da alta registrada no período, o rebanho paraibano vem crescendo até o ano passado acima da média nordestina. “A década de 2000 foi ótima, capaz de recuperar as perdas dos anos 90, quando uma seca de seis anos levou a uma queda semelhante à atual. Acredito que agora teremos que esperar outros dez anos para voltarmos aos números do ano passado”, apontou Borba.

Sobre o assunto, a analista agrícola do IBGE, Fernanda Teixeira, explica que, apesar de não ser possível ainda precisar um número, o cenário no qual a Paraíba está inserida agora é bem parecido com o das últimas estiagens. “O IBGE ainda não tem um percentual certo de quanto será essa redução, pois só vamos fazer o levantamento do ano a partir de janeiro, mas em termos agrícolas posso dizer que voltamos aos anos de 1998, 2001 e 2002, quando houve uma baixa na produção e no rendimento”, disse.




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